Porto Alegre, 2 de fevereiro de 2024 – O mercado de feijão brasileiro enfrentou desafios significativos ao longo de janeiro, refletindo uma situação de oferta limitada e baixos estoques, especialmente em São Paulo. Segundo o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira, as adversidades climáticas, como a seca, comprometeram as colheitas, levando a uma potencial quebra na primeira safra de 2023/24 e a preços elevados. A dependência crescente de importações, principalmente da Argentina, adicionou preocupações ao abastecimento.
No início do mês, os preços aumentaram consideravelmente devido aos desafios enfrentados na primeira safra de 2023/24, com destaque para o feijão carioca, cujas vendas, apesar da hesitação inicial dos compradores diante dos preços elevados, foram consideradas satisfatórias. O clima adverso prejudicou o plantio em várias regiões, resultando em oferta limitada e preços compensatórios para as perdas.
Ao longo das semanas, uma entrada significativa de novos lotes, especialmente na variedade carioca, levou a uma redução nos preços. A oferta restrita de feijão preto persistiu, com poucos lotes efetivamente negociados. O mercado enfrentou pressão nos preços, especialmente para o feijão carioca nota 8,5.
Já na terceira semana, a dinâmica continuou com uma entrada significativa de novos lotes, levando a uma redução nos preços, especialmente para o feijão carioca. A oferta restrita de feijão preto persistiu, com os compradores adotando uma abordagem cautelosa.
Ao final de janeiro, houve uma queda nos preços devido à cautela dos compradores, resultando em negociações limitadas. A escassez do produto extra nota 9,5 persistiu, mantendo os preços elevados.
Segundo Oliveira, os empacotadores liberaram estoques comprados antes do último aumento de preços, com receio das perdas confirmadas em várias regiões de produção. Quanto ao clima, houve preocupações com a produção no Paraná devido ao calor intenso e à falta de chuvas, enquanto em outras regiões, como Norte e Nordeste, ocorreram bons volumes de chuva em janeiro.
Cotações do produto comercial recuam na semana
De acordo com o analista, nesta semana no mercado de feijão foi marcada por uma queda nos preços do feijão comercial, principalmente do tipo carioca, devido à entrada de um volume expressivo de novos lotes. Com os compradores adotando uma postura cautelosa, as mercadorias extras continuaram escassas, mantendo os preços elevados. No entanto, as transações foram mais modestas, com apenas cerca de 12 mil sacas de feijão carioca comercializadas.
Na segunda metade da semana, os feijões comerciais continuaram sendo os mais ofertados, com alguns lotes apresentando novos defeitos, enquanto os feijões extras se tornavam ainda mais escassos. No encerramento da semana, o mercado permaneceu parado, com preços nominais, e a qualidade do feijão carioca colhido em Minas continuou abaixo das expectativas devido aos desafios enfrentados pelos produtores.
Oliveira afirma que apesar da queda na qualidade do feijão recém-colhido e da pressão por preços mais baixos, os produtores observaram um aumento gradual na presença de compradores, trazendo certo otimismo. No entanto, o feijão preto manteve seus preços devido à sua reduzida disponibilidade no campo e aos estoques apertados.
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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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