Porto Alegre, 7 de junho de 2024 – A produção brasileira de soja em 2023/24 deverá totalizar 149,705 milhões de toneladas, com retração de 5,1% sobre a temporada anterior, que ficou em 157,83 milhões de toneladas. A estimativa foi divulgada por Safras & Mercado. Em 12 de abril, data da estimativa anterior, a projeção era de 151,246 milhões de toneladas. Mesmo assim, deve ser a segunda maior safra da história.
Safras indica aumento de 3% na área, estimada em 46,025 milhões de hectares. Em 2022/23, o plantio ocupou 44,681 milhões de hectares. O levantamento aponta que a produtividade média deverá passar de 3.550 quilos por hectare em 2022/23 para 3.269 quilos em 2023/24.
O destaque da atualização de junho é a importante redução da produtividade média e da produção esperada para o Rio Grande do Sul devido ao evento climático que atingiu a maior parte do estado entre o fim de abril e meados de maio. “Os grandes acumulados de chuvas trouxeram reduções produtivas relevantes para as lavouras que ainda não tinham sido colhidas, além de ocasionar perdas também em silos e armazéns que continham soja”, afirmou o analista e consultor de Safras, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
Tal fato levou a redução de aproximadamente 2,8 milhões de toneladas na produção gaúcha, para 20 milhões de toneladas, de uma safra anteriormente estimada em um patamar recorde – 22,799 milhões de toneladas.
“A redução da produção gaúcha naturalmente impacta a produção nacional de forma importante, visto que o Rio Grande do Sul, mesmo com as perdas, terá a segunda maior safra estadual do país nesta temporada”, explica o analista.
Apesar disso, paralelamente aos cortes produtivos no Rio Grande do Sul, também foram feitos ajustes positivos em alguns importantes estados produtores, compensando parte do impacto negativo no número nacional. “Tais ajustes abrangeram estados em todas as regiões do país, com destaque para o aumento da produção esperada para o Mato Grosso, maior estado produtor do país”, ressalta o consultor.
“Mais uma vez, destacamos que a melhora climática registrada no primeiro trimestre do ano foi decisiva para as lavouras semeadas mais tardiamente no Centro-Norte do país, resultando em produtividades médias bastante superiores às registradas nas lavouras mais precoces”, finaliza Gutierrez Roque. Tal fato resultou em recuperações das produtividades médias esperadas para alguns estados.
Rodrigo Ramos (rodrigo@safras.com.br) / Safras News
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